Fotografia: Kuarup Mawutzinin
Curvo-me
A tua nobreza
De árvore
De sobriedade
De liberdade
Presa ao solo
Feliz liberdade
De se purificar
Sutil
Beleza
Fonte
Inesgotável
De
riquezas
Grandeza
Madeiro
Desde
a Salvação
Corpo
inteiro
Que
renova
O
ar que eu respiro
O
orvalhar que eu transpiro
Protege-me
Do
sol
Mas
deixa-me a luz passar
Na
medida
suficiente
À
vida recomeçar
Tira
da terra
O
alimento
Que
me forra
Que
me faz
Força
Para
prosseguir
A seguir
Na poda
Vou te matar!
Vou te matar!
Vou te matar!
Vou te matar!
Porque quero ocupar
O teu espaço
Com meus passos
Com minhas obras
Com o meu egoísmo
Vou
te destruir!
Compelido
pelo ter
No
prazer de estar
Sonhando
Perverso prazer
De sonhar
De
consumir!
Vou te matar!
Com prazer...
Exoticamente
Sem
teu ar
Sem
teu lar
Sem
teu ser
Sem
teu divino prazer...
Egoisticamente
Cometo suicídio
Destruindo-te
Também
vou morrer...
Kuarup Mawutzinin
Amazônia, 02/11/2012